SEJA BEM VINDO(A)!!!!!!!!!!!


Obrigado por estar visitando o meu blog.

Deixe a sua mensagem no meu mural, a sua opinião é muito importante para a melhoria contínua do blog.

A nossa proposta inicial é criar um espaço para as pessoas que gostam de ler poesias, artigos relacionados a Psicologia, mensagens para reflexão e crescimento pessoal e também para as pessoas que gostam de escrever poesias, contos, etc.

Mande seus textos para psicologiaepoesias@gmail.com

No e-mail não se esqueça de dizer seu nome(ou pseudônimo) e se tiver, mande também um endereço de algum blog, ou site que possua mais textos de sua autoria.

FRASE DO DIA

"ERRAR NÃO É HUMANO. ACERTAR É HUMANO."

QUANDO ERRAMOS DEVEMOS FICAR ATENTO A MENSAGEM QUE DEUS ESTÁ NOS ENVIANDO. ATRAVÉS DO ERRO, ELE ESTÁ CHAMANDO A NOSSA ATENÇÃO, PARA NOS MOSTRAR QUE NÃO SOMOS PERFEITOS.





JR



sábado, 30 de maio de 2009

PASSOS DA CRUZ

Não sou eu quem descrevo. Eu sou a tela
E oculta mão colora alguém em mim.
Pus a alma no nexo de perdê-la
E o meu princípio floresceu sem Fim.

Que importa o tédio que dentro em mim gela,
E o leve Outono, e as galas, e o marfim,
E a congruência da alma que se vela
Como os sonhados pálios de cetim?

Disperso... E a hora como um leque fecha-se...
Minha alma é um arco tendo ao fundo o mar...
O tédio? A mágoa? A vida? O sonho? Deixa-se...

E, abrindo as asas sobre Renovar,
A erma sombra do vôo começado
Pestaneja no campo abandonado...


(FERNANDO PESSOA)

SÚBITA MÃO DE ALGUM FANTASMA OCULTO

Súbita mão de algum fantasma oculto
Entre as dobras da noite e do meu sono
Sacode-me e eu acordo, e no abandono
Da noite não enxergo gesto ou vulto.

Mas um terror antigo, que insepulto
Trago no coração, como de um trono
Desce e se afirma meu senhor e dono
Sem ordem, sem meneio e sem insulto.

E eu sinto a minha vida de repente
Presa por uma corda de Inconsciente
A qualquer mão noturna que me guia.

Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
De um vulto que não vejo e que me assombra,
E em nada existo como a treva fria.


(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

CICLOS EM NOSSAS VIDAS

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final..

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais?

Partiu para viver em outro país?

A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.

Pode dizer para si mesma que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração..

.... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu própria, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

E lembra-te :
“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão” (Fernando Pessoa)

CARROÇA VAZIA

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.

- Isso mesmo - disse meu pai - é uma carroça vazia.

Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

- Ora, respondeu meu pai - É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!

Tornei-me adulto e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:

“Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...”

Texto de Wallace Leal V. Rodrigues(Trecho do Livro “E, para o resto da Vida...”)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

FÁBULA MODERNA

Uma galinha achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos: “Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?”

“Eu não”, disse a vaca.
“Nem eu”, emendou o pato.
“Eu também não”, falou o porco.
“Eu muito menos”, completou o bode.

“Então eu mesma planto”, disse a galinha. E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados. “Quem vai me ajudar a colher o trigo?”, quis saber a galinha.

“Eu não”, disse o pato.
“Não faz parte de minhas funções”, disse o porco.
“Não depois de tantos anos de serviço”, exclamou a vaca.
“Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego”, disse o bode.

“Então eu mesma colho”, falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.

Finalmente, chegou a hora de preparar o pão. “Quem vai me ajudar a assar o pão?” indagou a galinha.

“Só se me pagarem hora extra”, falou a vaca.
“Eu não posso por em risco meu auxílio-doença”, emendou o pato.
“Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão”, disse o porco.
“Caso só eu ajude, é discriminação”, resmungou o bode.

“Então eu mesma faço”, exclamou a pequena galinha.

Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver. De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço. Mas a galinha simplesmente disse:

“Não! Eu vou comer os cinco pães sozinha”.

“Lucros excessivos!”, gritou a vaca.
“Sanguessuga capitalista!”, exclamou o pato.
“Eu exijo direitos iguais!”, bradou o bode.
O porco, esse só grunhiu.

Eles pintaram faixas e cartazes dizendo “Injustiça” e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.
Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha:

“Você não pode ser assim egoísta”“Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor”, defendeu-se a galinha.

“Exatamente”, disse o funcionário do governo.

“Essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada”.

E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha, que sorriu e cacarejou: “eu estou grata”, “eu estou grata”.

Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão.

domingo, 24 de maio de 2009

VERSOS ÍNTIMOS

Vês ! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera !
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro
A mão que afaga é a mesma que apedreja

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga
Escarra nessa boca que te beija

(Augusto dos Anjos)

VANDALISMO

Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Com os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!


(AUGUSTO DOS ANJOS)

A LIÇÃO DO RIO

E o rio corre sozinho.
Vai seguindo seu caminho.
Não necessita ser empurrado.
Pára um pouquinho no remanso.
Apressa-se nas cachoeiras.
Desliza de mansinho nas baixadas.
Precipita-se nas cascatas.
Mas, no meio de tudo isso, vai seguindo seu caminho.
Sabe que há um ponto de chegada.
Sabe que seu destino é para a frente.
O rio não sabe recuar.
Seu caminho é seguir em frente.
É vitorioso, abraçando outros rios, vai chegando ao mar.
O mar é sua realização.
É chegar ao ponto final.
É ter feito a caminhada.
É ter realizado totalmente seu destino.
A vida da gente deve ser levada do jeito do rio.
Deixar que corra como deve correr.
Sem apressar e sem represar.
Sem ter medo da calmaria e sem evitar as cachoeiras.
Correr do jeito do rio, na liberdade do leito da vida, sabendo que há um ponto de chegada.
A vida é como o rio.
Por que apressar?
Por que correr se não há necessidade?
Por que empurrar a vida?
Por que chegar antes de se partir?
Toda natureza não tem pressa.
Vai seguindo seu caminho.
Assim é a árvore, assim são os animais.
Tudo o que é apressado perde o gosto e o sentido.
A fruta forçada a amadurecer antes do tempo perde o gosto.
Tudo tem seu ritmo.
Tudo tem seu tempo.
E então, por que apressar a vida da gente?
Desejo ser um rio.
Livre dos empurrões dos outros e dos meus próprios.
Livre das poluições alheias e das minhas.
Rio original, limpo e livre.
Rio que escolheu seu próprio caminho.
Rio que sabe que tem um ponto de chegada.
Sabe que o tempo não interessa.
Não interessa ter nascido a mil ou a um quilômetro do mar.
Importante é chegar ao mar.
Importante é dizer "cheguei".
E porque cheguei, estou realizado.
A gente deveria dizer: não apresse o rio, ele anda sozinho.
Assim deve-se dizer a si mesmo e aos outros: não apresse a vida, ela anda sozinha.
Deixe-a seguir seu caminho normal.
Interessa saber que há um ponto de chegada e saber que se vai chegar lá.
É bom viver do jeito do rio!

"Se não houver frutos, valeu a beleza das flores;
se não houver flores, valeu a sombra das folhas;
se não houver folhas, valeu a intenção da semente."


(HENFIL)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

SOLIDÃO

Em cada canto da sala
Só se via vultos vazios
Cada palavra que se dizia
Cada cena que se via
Só se via agonia

Então, resolvi intervir
Mexer na desarmonia...
Mudar a melancolia...
E como num passe de mágica
Tudo passou a ser alegria

Quanto tempo se passou
Até que você se desse conta
Que é melhor escrever poesias
Do que ficar na melancolia

Quanto tempo a vida te levou
Para você ver que a vida nada mais era
Que uma simples quimera
Que se desfez ao despertar

Como um Dom Quixote sem rumo
Lutavas contra o dragão de fantasias
Sem saber que bastava atravessar a porta
Para acertar essa tua vida torta

Acordar nunca é tarde, quando não se tem vaidade
É sempre bom ouvir verdades sem maldade
Encarar a mudança faz parte do processo
Então, levanta, anda e vai
Aproveita que a porta está aberta....


JORGE RODRIGUES

PASSOS DA CRUZ

Não sou eu quem descrevo. Eu sou a tela
E oculta mão colora alguém em mim.
Pus a alma no nexo de perdê-la
E o meu princípio floresceu sem Fim.

Que importa o tédio que dentro em mim gela,
E o leve Outono, e as galas, e o marfim,
E a congruência da alma que se vela
Como os sonhados pálios de cetim?

Disperso... E a hora como um leque fecha-se...
Minha alma é um arco tendo ao fundo o mar...
O tédio? A mágoa? A vida? O sonho? Deixa-se...

E, abrindo as asas sobre Renovar,
A erma sombra do vôo começado
Pestaneja no campo abandonado...


FERNANDO PESSOA

CARROÇA VAZIA

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.

- Isso mesmo - disse meu pai - é uma carroça vazia.

Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

- Ora, respondeu meu pai - É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho.
- Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!

Tornei-me adulto e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:

“Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...”

Texto de Wallace Leal V. Rodrigues(Trecho do Livro “E, para o resto da Vida...”)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

VIVER NÃO DÓI

Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas,
Por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,
Por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos,
Por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos, não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos, não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias e ela estivesse interesada em nos compreender.

Sofremos, não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
faz perder também a felicidade.

A dor é inevitável.O sofrimento é opcional.

(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 12 de maio de 2009

FELICIDADE

Com licença, vou falar de felicidade.

Pode ser nome de rua, de um poema, de uma canção...

De um sonho, de uma conquista, de uma pessoa...

Mas, a felicidade é bem mais do que tudo isso...

Felicidade de verdade rima com encontros...

Com amizades, com sonhos realizados.

Em nosso jeito de ser e de viver, de amar e acreditar...

De lutar e carregar a cruz, no cotidiano da vida...

Não é a ausência de problemas, é a sobriedade de quem pisa sobre a dor.

É a coragem de quem se sente maior do que o medo do fracasso.

É descobrir-se profundamente amado...

Quem descobre em si essa capacidade e essa imensa necessidade,

Descobre o sentido da vida

e o segredo da FELICIDADE!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

ESPERAMOS DEMAIS

Esperamos demais para fazer o que precisa ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã.

Enquanto lamentamos que a vida é curta, agimos como se tivessemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo.

Esperamos demais para dizer as palavras de perdão que devem ser ditas, para por de lado os rancores que devem ser expulsos, para expressar gratidão, para dar ânimo, para oferecer consolo.

Esperamos demais para ser generosos, deixando que a demora diminua a alegria de dar espontaneamente.

Esperamos demais para ser pais de nossos filhos pequenos, esquecendo como curto é o tempo em que eles são pequenos, como depressa à vida os faz crescer e ir embora.

Esperamos demais para dar carinho aos nossos pais, irmãos e amigos.
Quem sabe como longo será tarde demais?

Esperamos demais para ler os livros, ouvir as músicas, ver os quadros que estão esperando para alargar nossa mente, enriquecer nosso espírito e expandir nossa alma.

Esperamos demais para enunciar as preces que estão esperando para atravessar nossos lábios, para executar as tarefas que estão esperando para serem cumpridas, para demonstrar o amor que talvez não seja necessário amanhã.

Esperamos demais nos bastidores, quando a vida tem um papel para desempenhar no palco.

Deus também está esperando.

Esperando nós pararmos de esperar.

Esperando nós começarmos a fazer agora tudo aquilo para a qual este dia e esta vida nos foram dados.

Meus amigos: É hora de viver !

HENRI SOBEL

domingo, 3 de maio de 2009

A AGONIA DA ESPERA

Pior do que enfrentar a dor é aguardar por ela, diz a sabedoria popular.
As teorias clássicas defendem que o homem se preocuparia menos com os acontecimentos futuros do que com aqueles prestes a ocorrer.
Como conseqüência, teríamos tendência a dar prioridade às experiências agradáveis e a adiar as que trazem sofrimento.
Por isso leríamos antes as boas notícias dos jornais, conferiríamos os valores das ações preferencialmente com a Bolsa em alta ou evitaríamos a balança depois de uma orgia alimentar.
Analisar perdas e ganhos associados à tomada imediata de uma decisão é um problema simples, enfrentado na rotina diária por todos os animais. No entanto, quando existe um intervalo de tempo entre o desafio apresentado e a solução a ser adotada, a equação se torna bem mais complexa.
Pesquisadores do Departamento de Ciências Comportamentais da Universidade de Emory, na Filadélfia, acabam de publicar uma pesquisa conduzida com a finalidade de estudar esse fenômeno: a influência do tempo de espera na tomada de decisões que trazem prazer ou desconforto; uma versão científica da questão: "É melhor ouvir primeiro a boa ou a má notícia?".
Os autores colocaram 32 participantes diante de um aparelho que indicava a voltagem dos choques que lhes seriam aplicados no dorso dos pés e o intervalo de tempo a ser aguardado entre um choque e outro.
Cada um poderia reduzir ou aumentar o tempo de espera do choque, mas a duração total do experimento permanecia constante.Logo, se alguém escolhesse tomar os primeiros choques com intervalos mais curtos, os últimos teriam intervalos mais longos, obrigatoriamente.
A cada novo choque, eram apresentados pares de voltagem e de tempo de espera: por exemplo, 120% da voltagem aplicada no choque anterior depois de três segundos de espera ou 60% dela depois de 27 segundos.Quando as voltagens sugeridas eram as mesmas, 84% dos participantes escolheram receber o choque o mais depressa possível, mesmo sabendo que nos choques finais do experimento deveriam aguardar mais tempo.
Alguns, no entanto, temiam de tal forma o choque que optaram por tomá-lo numa voltagem até mais alta, contanto que o intervalo fosse abreviado.
A decisão de optar por um desenlace imediato ou de adiá-lo depende de como nos sentimos ao aguardar por ele: quando a espera nos traz sensação de prazer, preferimos deixá-lo para mais tarde; caso contrário, nós nos apressamos em desencadeá-lo, mesmo que seja preciso pagar um preço mais alto.
De acordo com as reações, os participantes foram divididos em dois grupos: os "moderados" e os "extremos". Os moderados (72% do grupo) seriam aqueles que solicitavam a antecipação dos choques com a condição de que a voltagem fosse a prevista; os "extremos" (28% do grupo) optavam por choques mais fortes para reduzir a espera.
Para identificar as áreas cerebrais envolvidas na tensão da espera e na reação ao choque elétrico, os componentes dos dois grupos foram submetidos à ressonância magnética funcional, exame que permite mapear o cérebro à procura dos circuitos de neurônios que entram em atividade ao realizarmos qualquer tarefa ou experimentarmos uma emoção.
A ressonância mostrou que tanto no instante do choque quanto nos momentos que o antecedem entram em atividade os mesmos circuitos de neurônios, integrantes de uma rede de áreas cerebrais conhecida como "matriz da dor". E, mais interessante, que a diferença entre os "moderados" e os "extremos" não estaria numa possível sensibilidade especial aos efeitos do choque, no medo nem na ansiedade, mas na atividade mais intensa dos neurônios nos circuitos da matriz da dor que controlam a atenção.
A atenção dada à futura experiência dolorosa.A ativação intensa desses neurônios já na fase antecipatória desperta nos "extremos" níveis exagerados de atenção ao sofrimento que virá, razão pela qual preferem solicitar a antecipação do choque mesmo que ao preço de uma voltagem mais alta.
Distraí-los durante essa fase diminui a agonia da espera, fato consistente com os resultados das experiências de sugestão hipnótica para reduzir a intensidade da dor.
O trabalho dos pesquisadores da Universidade de Emory documenta pela primeira vez o substrato neurobiológico responsável pelas diferenças nas atitudes individuais ao lidarmos com lucros e perdas, alegrias e frustrações, prazer e dor.
Dr. Drauzio Varella